A Croácia é considerada cara para o que oferece em qualidade de vida média, particularmente em grandes centros e regiões turísticas. Embora ainda seja mais acessível que países do oeste europeu, nem moradores nem visitantes encontram preços baixos — e a inflação recente apanhou muitos de surpresa. Para os croatas, isso significa restrição orçamentária, dificuldade para poupar, protestos sociais e adaptações no dia‑a‑dia, como evitar restaurantes ou supermercados maiores.
Muitos acham a Croácia mais acessível que países como França, Itália ou Espanha. Mesmo assim, a vida na Croácia tornou‑se complicada financeiramente para muitos moradores locais.
A introdução do euro em 2023, aliada à inflação global, resultou num aumento significativo dos preços, especialmente nos setores da alimentação, habitação e transporte. Para um turista, uma refeição simples pode custar entre €15 e €20, e um jantar completo para duas pessoas em um restaurante médio pode ultrapassar os €50 por pessoa. Já o aluguel de um apartamento de um quarto em cidades como Zagreb ou Split ronda os €500 a €800 mensais — valores bastante elevados em comparação com os salários locais. Em Dubrovnik virou mais de 900€ para um apartamento razoavel.
O motivo
Esse aumento de preços tem consequências diretas na vida cotidiana da população. A maioria dos croatas enfrenta grandes dificuldades para lidar com o custo de vida atual. O ordenado médio croata no país está entre €1.150 e €1.380, mas só os custos básicos — como alimentação, contas e transportes — já podem consumir a maior parte desse rendimento.
De acordo com pesquisas recentes, quase metade da população tem dificuldades em cobrir despesas essenciais, como alimentação e energia. Os produtos alimentares básicos — como pão, ovos e carne — sofreram aumentos de até 60 % desde 2020. Com isso, muitas famílias passaram a cortar gastos, evitar restaurantes e limitar o consumo de produtos considerados supérfluos.
Enquanto os turistas desfrutam do charme croata com orçamentos europeus ou americanos, muitos cidadãos locais veem-se numa luta constante para manter uma vida digna. Esta divisão entre o que o país oferece ao visitante e o que é acessível ao habitante revela um desafio central para o futuro da Croácia: como equilibrar o crescimento do turismo com a qualidade de vida da sua própria população?
Notícia boa? Com alguma estratégia e inspiração local, é possível explorar a Croácia de forma autêntica e mais económica:
1. Viaje na temporada baixa
A primeira dica — e talvez a mais eficaz — é evitar os meses de junho a agosto, quando os preços disparam, especialmente em destinos como Dubrovnik, Hvar ou Split.
Melhores meses para visitar:
Abril, maio ou início de junho: clima ameno, menos turistas, preços mais baixos.
Setembro e outubro: o mar ainda está quente, mas as multidões já foram embora — ideal para relaxar e poupar.
Na temporada baixa, os preços de alojamento podem cair até 40–50%, restaurantes estão mais acessíveis e há menos filas para atrações turísticas.
2. Viva como os locais
Evite zonas turísticas evidentes. Ficar em bairros residenciais ou vilas próximas pode reduzir significativamente os custos.
Dicas locais:
Use o apartamento ou quartos (alojamentos familiares típicos croatas) fora do centro histórico.
Coma onde os croatas comem: restaurantes longe da orla ou da zona turística têm porções generosas e preços mais baixos.
Visite mercados locais em vez de supermercados grandes — os preços são mais justos e os produtos, mais frescos.
Exemplo: Em vez de comer no centro de Dubrovnik, vá a um konoba (taverna) nos arredores da cidade — o mesmo prato pode custar metade do preço.
3. Transporte público > Uber ou táxi
Táxis e Uber na Croácia são caros, especialmente em destinos turísticos, onde um trajeto de 10 minutos pode custar €20 ou mais.
Alternativas mais económicas:
Use autocarros urbanos ou intermunicipais — confortáveis, confiáveis e muito mais baratos.
Um bilhete urbano custa entre €1,50 e €2, e uma viagem interurbana (por exemplo, Zagreb–Zadar) pode sair por €10–€20.
Compre passes diários ou semanais se planeia usar transporte público com frequência.
Ferries entre ilhas são acessíveis: viagens de 30 minutos custam cerca de €5 a €8 por pessoa.
4. A natureza é gratuita
Ao contrário de outros destinos onde tudo custa, na Croácia a maior atração é gratuita: a natureza. Praias públicas, trilhas em parques nacionais (muitos com entrada reduzida fora da alta temporada), vilarejos medievais e montanhas são experiências autênticas que não pesam na carteira.